Formação
do sujeito ecológico, o educador ambiental e a epistemologia da educação
ambiental.
Perfil
do sujeito ecológico: precisa ter ética e pensar criticamente a sociedade
atual.
De
acordo com CARVALHO, considerando que a subjetividade é um modo de ser no
mundo, a noção de sujeito ecológico, esta relacionada ao um modo específico de
ser no mundo, em outras palavras, a um "estilo ecológico de ser". O
sujeito ecológico designa um ideal ecológico, uma utopia pessoal e social
norteadora das decisões e estilos de vida dos que adotam, em alguma medida, uma
orientação ecológica em suas vidas.
Para
a autora, como ocorre normalmente, com outros ideais que os indivíduos tomam
como modelo para si, nem sempre é possível realizá-los na totalidade da vida
diária. O tentar ser um sujeito ecológico certamente se esbarra em vários
obstáculos. Alguns deles são provenientes do fato de que a sociedade ainda não
é tão ecológica e nem sempre estimula, através de políticas públicas, um estilo
de vida ecológico (ausência de coleta seletiva, poucas alternativas de
transporte público, poucas redes de alimentação orgânica, pequena produção agro
ecológica etc.). Outros obstáculos são derivados das contradições dos ideais de
que as pessoas são portadoras. Um bom exemplo é na valorização da rapidez, da
velocidade de resposta, e de ação, virtudes associadas à eficiência e a
produtividade no trabalho, inclusive no trabalho social e na militância.
CARVALHO
faz uma análise crítica na qual enfatiza que há, na sociedade, pessoas e grupos
que absolutamente não se identificam com os apelos de uma existência ecológica.
Para estes os idéias preconizados pelo sujeito ecológico podem ser vistos como
ingênuos, anacrônicos, pouco práticos, malucos, enfim, de alguma forma não
reconhecida como norteadores do que consideram uma vida desejável.
O
educador ambiental, ao mesmo tempo que está imbuído de uma subjetividade
ecológica é um ativo produtor desta subjetividade, na medida que forma pessoas
para uma vida ecologicamente orientada.O educador ambiental, dessa forma,
promove o projeto identitário do sujeito ecológico.
Para
CARVALHO, ao tentar alinhar seus posicionamentos políticos, opções individuais
e atitudes pessoais e interpessoais com os ideais de um sujeito ecológico, o
educador ambiental assume o desejo e o compromisso de uma certa consonância
entre sua vida e sua causa, tornando sua vida pessoal uma espécie de
laboratório de aprendizagem da sociedade ideal.
Ao
longo do tempo a educação vem sendo compreendida como um processo histórico de
criação e elaboração do homem para a sociedade e, da conseqüente modificação
desta sociedade pelo homem para seu próprio benefício. Vista sob este paradigma
temos um processo educativo que gira em torno do próprio ser humano, ou seja,
uma visão antropocêntrica de educação e de sociedade.
Ressalta-se
contudo que a educação constitui-se em um instrumento valioso através do qual o
homem poderá potencializar suas capacidades, estabelecer valores e princípios
existenciais e, por meio destes, questionar o mundo em que vive e
conscientizar-se que não pode admitir um mundo com divisões de classe onde haja
opressores e oprimidos.
Sabendo-se que a transformação social é lenta,
gradativa e difícil é preciso antes de tudo que a ação educativa seja uma ação
comprometida com as mudanças, por este motivo é que se sente a necessidade de
abordar, problematizar e discutir o papel do professor. O processo de ensino não é mera transferência
de conhecimentos é também encaminhar para a conscientização através do
testemunho de vida, por isto o papel do professor deve refletir uma postura
político-pedagógica reivindicadora de uma sociedade humana, fraterna e ética e
que, contudo saiba utilizar dos recursos naturais de forma racional e
comedida.